quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Abaixo ao som!

Uma coisa é ter um estilo musical; outra – e muito distinta – é querer obrigar as pessoas apreciarem também, e isso, acontece quase que diariamente nos ônibus lotados de cada dia. Não bastasse desconforto do transporte público, tão entupido de gente, a cargas d’água, não sei por que razão, alguns seres humanos insistem “curtir” o MP3, as musiquinhas no celular, ou em qualquer outro aparelho eletrônico, no volume mais alto possível.

Não tenho nada contra os seresteiros, são trabalhadores como qualquer outro indivíduo. Que cada um ouça a seresta que merece, mas, convenhamos na confortabilidade de suas casas. É isso que meu tio materno, Agamenon faz. Todo final de semana, quando a disposição aumenta, falta explodir as caixas de som do microssistem, apreciando seus cantores prediletos. É o caso dos forrós pé de serra, ou aqueles que, pela letra e melodia não duvido ser do tempo em que Lampião ainda tentava conquistar Maria Bonita.

Uma vez, juro, sabia apenas de onde vinha o som de funk, mas o que custei acreditar era que aquela mulher, loira, aparentemente com 30 anos e bem-vestida fazia questão de desmoronar minhas impressões sobre ela, caso, de verdade, ela estivesse seqüenciando aquelas canções. Longe de mim ter alguma coisa contra o estilo. Claro, confesso, não me apetece nem um pouco, porém pelo teor explicitado nas letras das músicas era residia meu espanto. É natural mulher gostar de funk, mas nos clubes, não ligar o som do celular e ouvir em pleno ônibus.

Uma moça, sentada ao meu lado, tentava - mas ficou muito distante de conseguir -disfarçar o incômodo que a intrigava. Suponho que ela tenha imaginado: “que pouca vergonha!”. Pude ler claramente na expressão que ela fez, quando começou a tocar uma música que referia a vou fazer isso na sua boca, vou fazer isso no seu outro lugar.

A mulher manuseava o celular rosa, as batidas da canção deixava evidente letras repletas de trocadilhos. De repente, ela levantou-se, deu sinal, e no ponto seguinte desembarcou. O som prosseguiu. Na verdade era o homem de terno e gravata que agora, fazia uma espécie pot-pourri à lá MC’s da vida. Vou ser sincero: por essas e outras, tenho vontade de fazer um abaixo ao som no busão.

2 comentários:

Yara Verônica Ferreira disse...

Estou dentro, farei esse protesto contigo... O pior é que sempre os fulanos além de senso, não possuem o menor gosto para música! kkk

Yara Verônica Ferreira disse...

ops, digo, falta de senso!