Uma primeira
tentativa, e nada. Ele tenta cortar sob os galhos do pé de café, à cata da
melhor estratégia para alcançá-la. Atrás dela, rapidamente rodeia para outro
rumo. Ele é garboso. Tem quase a vaidade de um pavão. Apenas não precisa abrir
as penas para mostrar que é imponente. Estufa o peito para exibir sua macheza.
Para
comprovar que é macho, segue em seu segundo ensaio. Ateia ela de surpresa.
Ambos estão no terreiro. É quase um ringue. A diferença é que não há tablado.
Há espectadores, mas que não enxergam aquele domínio como algo inusitado. Veem
esta cena diversas vezes na semana.
Quando ele, o
macho vigoroso, quer abocanhar a fêmea, normalmente inofensiva. Ele então consegue
alcançá-la; ela que se esquiva; escapulindo para outra direção.
Dá início a
uma debandada. A poeira sobe naquele corre-corre. Meus olhos acompanham cada
movimento da dupla que por ele quer ser formada. Enquanto para ela, a fuga
simboliza a preferência em ficar sozinha.
Ela não cede.
Mas suas pernas não são mais velozes que as dele. Ele a captura. Com braveza,
arrasta-a para debaixo do café. Não sei se fora involuntário o esconderijo não
tão oculto assim. Mas ali abaixa-a. Sobe em cima de seu corpo, friccionando a
cabeça dela. Cinco vezes. Ela se estrebucha, tentando se apartar. Mas é inútil.
O sexo então
acontece, e de forma explícita, à luz do dia de uma tarde baiana embebecida de
poeira e sol a pino. A transa, sem gritos, não extrapola mais que um minuto.
Tempo suficiente para que ele se desgarre do corpo dela e saia normalmente, se
encaminhando para a direita, enquanto ela dirige para a esquerda.
Sem nenhum sentido figurado. Ele é o galo.
Ela, a galinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário