As dores passam
e as tagarelices ficam, quando o amor acaba. O pesar cessa. Os olhos não faíscam
mais uma acreditável paixão sem fim.
Quando o amor acaba é capaz de se transportar no mesmo carro com o casal do
qual você não faz parte – e isso não lhe custa dor. O coração parece emudecer.
Da boca de quem
foi seu amor se ouve a expressão que não é remetida a você – e não há
importância se o “Eu te amo” não lhe pertence mais.
Não há mais amor. Há uma história
remanescente, com os resquícios de um percurso que alcançou a linha de chegada,
a reta final. Ainda existe amor, mas o de uma bonita história aonde o fraterno atalhou
o seu posto.
Não existe a desilusão doutros tempos em que a paixão efusiva embasbacava
os sentidos. Os sentimentalismos foram combatidos.
A fantasia se
finda. O futuro serena. E a saudade não é latente. Quando o amor acaba fica a
amizade – e nesse caso, uma admirável.
Se na fábula o
cravo brigou com a rosa debaixo da sacada, na vida real a rosa e o cravo
protagonizam dentro de seus corações uma amizade sem confrontos, com o conforto
da voz desafinada que a cada abraço de despedida revela, em sussurros, a
eternidade de um sentimento verdadeiramente recíproco.
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Esta crônica faz parte da série "Cafés baianos", que conta as histórias de pessoas e dos povoados da cidade de Barra do Choça (BA) - cidade em que nasci e vivi alguns dos anos mais felizes de minha vida.
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Esta crônica faz parte da série "Cafés baianos", que conta as histórias de pessoas e dos povoados da cidade de Barra do Choça (BA) - cidade em que nasci e vivi alguns dos anos mais felizes de minha vida.
Um comentário:
Viajei lendo... parece que foi feito especificamente para uma pessoa entender, mas sua história acaba sendo comum a muitos momentos da nossa vida.
Curti mesmo esse texto falando de dentro. Abraço rapaz!
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