Nunca me agradara o nome “Maria”. De antemão peço perdão às detentoras desta graça. Mas ratifico: mencionei o verbo no pretérito-mais-que-perfeito, ou seja, passado. Hoje declaro simpatia, tanto que o elegi como a alcunha de minha herdeira (Maria Beatriz), claro, se um dia fizer parte de minha vida a paternidade.
Nascida no dia de Nossa Senhora Aparecida, ela ganhara da mãe a homenagem ao dia da santa. A paixão pelo nome em questão teve início por meio de sua dona. Eu tinha recém 13 anos. Ela, 12. Maria não era das Graças, das Dores ou dos Remédios, era
Aparecida. A menina imponente que aparecia a partir daquele momento em minha vida.
Maria, em sua dúzia de anos alcançava os 1,76 de altura. Comprida, mesmo despretensiosamente, não fazia-se passar despercebida por nada e por ninguém. Era altiva, popular, simpática. Era carecido apenas desfilar ao seu lado meia hora para sentir tal proeza. Distribuía “Olás” e “Tudo bem” quase como respirava. Todos a conheciam, embora a vice-versa não fosse tão óbvia. Cruzamos um na vida do outro na 5ª série no ensino fundamental.
Nossa amizade principiou depois que Maria avistou sobre a mesa da professora um bonito desenho, de minha autoria. Os elogios de sua parte vieram na hora do recreio. Eu com minha timidez transbordante fui bombardeado por um massacre de elogios advindos daquela menina-mulher de cabelos acastanhados e pele clara. Pensei: “Tudo isso por causa de um desenho?”. E não era só por esse motivo. A recíproca foi instantânea e, em poucos dias, a prova disso viria: nos tornamos unha e carne.
Maria, em sua dúzia de anos alcançava os 1,76 de altura. Comprida, mesmo despretensiosamente, não fazia-se passar despercebida por nada e por ninguém. Era altiva, popular, simpática. Era carecido apenas desfilar ao seu lado meia hora para sentir tal proeza. Distribuía “Olás” e “Tudo bem” quase como respirava. Todos a conheciam, embora a vice-versa não fosse tão óbvia. Cruzamos um na vida do outro na 5ª série no ensino fundamental.
Nossa amizade principiou depois que Maria avistou sobre a mesa da professora um bonito desenho, de minha autoria. Os elogios de sua parte vieram na hora do recreio. Eu com minha timidez transbordante fui bombardeado por um massacre de elogios advindos daquela menina-mulher de cabelos acastanhados e pele clara. Pensei: “Tudo isso por causa de um desenho?”. E não era só por esse motivo. A recíproca foi instantânea e, em poucos dias, a prova disso viria: nos tornamos unha e carne.
Maria morava próximo a mim, entretanto sequer desconfiávamos disso, o
que, involuntariamente e sem nenhum pesar, nos obrigava a ir e voltar juntos à
escola. Partíamos unidos, cantarolando histórias e revelando aquelas que eram ainda inéditas um para o outro. E juntos permanecíamos – nas carteiras, lado a lado, no
intervalo e até a hora de regressar para casa. Éramos tão parecidos e ao mesmo tão nada a ver. Eu,
acanhado, na minha timidez contida. Enquanto Maria sem nenhuma. A popularidade há tempos
lhe fazia companhia, enquanto eu jamais fazia-me notar célebre.
A presença dela era tão constante, tanto que não tardou para que
Maria se tornasse Aparecida também em meus pensamentos. Estávamos sempre juntos, sempre um na casa do outro; aplicados como éramos, reservávamos os
finais de semana para a elaboração da centena de trabalhos escolares; ora eu na dela, ora ela na minha.
Até que definitivamente me arriei por ela. Me apaixonei. Era meu primeiro amor. Aos treze
anos de idade não poderia prever e diagnosticar ao certo como era viver aquilo
que eu supunha ser “encantamento”. Ora bolas, um “encantamento” que te faz
suspirar ao ver a pessoa? Que te faz querer viver grudado o tempo inteiro? Que te
faz sorrir, sozinho, como um débil mental? Era paixão, disso hoje não duvido.
Maria foi meu primeiro amor. Mas como toda história de amor da
vida real que se preze, não houve um final feliz na nossa. Maria me via com
olhos fraternos, e assim o teve todavida. Por ela, o coração
juvenil palpitou durante 3 anos, ainda quando me mudei pra Bahia.
Trocamos cartas, confidências, e naturalmente eu a Maria
declarei amor eterno. Esse infinito nada particular teve seu fim decretado até Roseli fechar a porta do meu coração,
deixando com que Maria escapasse, para que ela, então, o adentrasse, habitando
ali por mais alguns outros anos (conheça aqui minha história com Roseli).
Dez anos depois, nos rumamos naturalmente aos nossos percursos. Maria despontou aos seus 1,83 de altura, linda como de costume. Eu não passei dos
1,75, menos tímido como nos tempos de menino. As 24 anos de idade, talvez ela nunca pudesse me retribuir, ao invés de fraternidade, o sentimento de paixão. Enquanto confesso tê-la amado, hoje a descoberta é que Maria não ama e nunca amou outro, mas outra.
2 comentários:
Como disse pra vc no twitter, amei amei amei. Realmente a forma como escrevemos é o que somos...
e vc transmite uma doçura , to viciada no teu blog ...
beijokas
Cada vez que vejo a publicação de um novo texto fico mais orgulhosa de você...beijos
Postar um comentário