imagem feita a partir do quarto do hotel |
Era como se eu estivesse chegando à Bahia. A diferença era
que a paisagem rodeada por mato era Asunción, e não a Cavada II. Pelo vidro
fechado do carro do Ministério de Educación de Asunción, nos dirigimos ao Hotel Excelsior, no centro. Do
aeroporto até lá, gastamos em torno de 45 minutos.
Quando o rural deu espaço ao urbano, aí sim, vi que a cidade
começava a brotar. Os ônibus ao estilo de cabina de caminhão andavam com as
portas dianteiras abertas. Contei ao menos uns 10 para perceber que todos eles
eram diversos um do outro. Cada transporte com sua particularidade: teias de
areia desenhadas na janela do motorista, nomes indecifráveis e outros
femininos.
Outdoors anunciavam propagandas da Brahma e Claro. Era como
uma cidade interiorana de São Paulo com as propagandas gigantes, hoje extintas
na capital paulista. Mc’Donalds, Burguer King, Banco do Itaú...
Semáforos podiam ser contados a dedo. Os carros respeitavam
apenas a mão obrigatória. Acredito que em São Paulo a coisa seria complicada.
Chegando ao Hotel Excelsior, a opulência de nosso habitat
nos próximos 5 dias chamou atenção. Muito dourado no hotel dividido entre a
parte VIP e a plebe. Claro, fiquei na simples, mas a simplicidade que, para
mim, era até luxo demais.
Adentramos a parte chique até chegar aos nossos quartos mais
humildes. No caminho, uma piscina e uma quadra de tênis. Estátuas de supostas
personalidades paraguaianas compunha a cena. Naquele mesmo dia, o salão do
hotel foi palco para uma noiva que com os cabelos meio rebeldes fazia poses e
ajeitava o vestido para não ser pisado por ela mesma. Dias seguintes, trajes de
galas trasladavam por ali. No café da manhã, em dois cantos da parede podiam
ser notadas figurinhas brasileiras conhecidas, como Cissa Guimarães, Cristiana Oliveira, Victor Fasano e outros
famosos nacionais.
lobby do hotel |
Para quem dorme num colchão jogado num chão gelado, visualizar uma cama de casal inteiramente para um ser humano que não ocupa muito espaço em seus menos de 60 quilos foi o máximo.
Com uma temperatura que oscilava entre 16 e 35º o papel do
ar condicionado foi crucialmente importante, melhor com um pouco menos de
ruído. Minúsculas garrafas de vodka e uísque me tentavam sobre o frigobar. O
máximo que aconteceu foi agarrar uma água mineral sem gás.
Duas janelas gigantes no segundo andar davam vista para a
rua quem não me lembro o nome. Não vi nada de especial. Afinal, pouco também
ficamos enclausurados no quarto. Os dias foram intensos, igualmente intensos
quanto a minha vontade de não ficar dentro do quarto, mas sair à cata de
histórias para vivenciar. E não deu outra.
Banho. Almoço e rua.
Universidade Nacional de Filosofia de Asunción
Não, não errei o
nome da faculdade. O que fizemos foi errar o percurso. Melhor dizendo, o
taxista se incumbiu de nos levar à universidade errada. Após enfatizarmos se
ali de fato era nosso destino, e ele, obviamente, confirmar, o jeito foi
descer, e pouco minutos depois, constatar que não estávamos no local correto.
Faculdade Nacional de Filosofia e Letras |
Colégio Experimental Brasil – Paraguay e também campus da
Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Nacional de Asunción. Naquela
manhã de sábado estava tudo meio abandonado. Salas vazias e muito lixo no
local. O que nos certificava que ali não era bulhufas nenhuma a faculdade a
qual nos encontraríamos com estudantes universitários que estavam em conjunto
com o Fórum pelo Direito à Educação no Paraguai estava organizando um seminário
sobre Educação e Transporte.
Colegio Experimental Brasil - Paraguay |
Subimos umas escadas que davam acesso a outras salas. Ali encontramos com um jovem que afirmou desconhecer o evento mencionado acima. Avistamos um segurança que nos orientou a seguir rumo a uma escadinha que nos dirigia a extensão do campus, na rua logo abaixo.
Lá, um grupo pousava para fotos. E também o lugar que
comprovamos ser a Universidade Nacional de Filosofia, não a Católica. A
diferença entre ambas é que a primeira era pública e a segunda, nacional.
Tentamos obter o endereço do local que fizemos o favor de não levar a ligação pro Brasil ficaria cara demais; então, interrompemos a seção fotográfica dos prováveis estudantes de Filosofia para nos decepcionar. Não era ali a bendita faculdade. De repente, uma brasileira notando nossa nacionalidade apontou na prosa. Poupamos o espanhol.
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