quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Meus dias no Paraguai - El hospedaje



imagem feita a partir do quarto do hotel

Era como se eu estivesse chegando à Bahia. A diferença era que a paisagem rodeada por mato era Asunción, e não a Cavada II. Pelo vidro fechado do carro do Ministério de Educación de Asunción, nos dirigimos ao Hotel Excelsior, no centro. Do aeroporto até lá, gastamos em torno de 45 minutos.

Quando o rural deu espaço ao urbano, aí sim, vi que a cidade começava a brotar. Os ônibus ao estilo de cabina de caminhão andavam com as portas dianteiras abertas. Contei ao menos uns 10 para perceber que todos eles eram diversos um do outro. Cada transporte com sua particularidade: teias de areia desenhadas na janela do motorista, nomes indecifráveis e outros femininos.

Outdoors anunciavam propagandas da Brahma e Claro. Era como uma cidade interiorana de São Paulo com as propagandas gigantes, hoje extintas na capital paulista. Mc’Donalds, Burguer King, Banco do Itaú...

Semáforos podiam ser contados a dedo. Os carros respeitavam apenas a mão obrigatória. Acredito que em São Paulo a coisa seria complicada.

Chegando ao Hotel Excelsior, a opulência de nosso habitat nos próximos 5 dias chamou atenção. Muito dourado no hotel dividido entre a parte VIP e a plebe. Claro, fiquei na simples, mas a simplicidade que, para mim, era até luxo demais.

Adentramos a parte chique até chegar aos nossos quartos mais humildes. No caminho, uma piscina e uma quadra de tênis. Estátuas de supostas personalidades paraguaianas compunha a cena. Naquele mesmo dia, o salão do hotel foi palco para uma noiva que com os cabelos meio rebeldes fazia poses e ajeitava o vestido para não ser pisado por ela mesma. Dias seguintes, trajes de galas trasladavam por ali. No café da manhã, em dois cantos da parede podiam ser notadas figurinhas brasileiras conhecidas, como Cissa Guimarães,  Cristiana Oliveira, Victor Fasano e outros famosos nacionais.

lobby do hotel

Para quem dorme num colchão jogado num chão gelado, visualizar uma cama de casal inteiramente para um ser humano que não ocupa muito espaço em seus menos de 60 quilos foi o máximo.

Com uma temperatura que oscilava entre 16 e 35º o papel do ar condicionado foi crucialmente importante, melhor com um pouco menos de ruído. Minúsculas garrafas de vodka e uísque me tentavam sobre o frigobar. O máximo que aconteceu foi agarrar uma água mineral sem gás.

Duas janelas gigantes no segundo andar davam vista para a rua quem não me lembro o nome. Não vi nada de especial. Afinal, pouco também ficamos enclausurados no quarto. Os dias foram intensos, igualmente intensos quanto a minha vontade de não ficar dentro do quarto, mas sair à cata de histórias para vivenciar. E não deu outra.

Banho. Almoço e rua.
Destino: Universidade Católica de Asunción.

Universidade Nacional de Filosofia de Asunción

Não, não errei o nome da faculdade. O que fizemos foi errar o percurso. Melhor dizendo, o taxista se incumbiu de nos levar à universidade errada. Após enfatizarmos se ali de fato era nosso destino, e ele, obviamente, confirmar, o jeito foi descer, e pouco minutos depois, constatar que não estávamos no local correto.

Faculdade Nacional de Filosofia e Letras
 Colégio Experimental Brasil – Paraguay e também campus da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Nacional de Asunción. Naquela manhã de sábado estava tudo meio abandonado. Salas vazias e muito lixo no local. O que nos certificava que ali não era bulhufas nenhuma a faculdade a qual nos encontraríamos com estudantes universitários que estavam em conjunto com o Fórum pelo Direito à Educação no Paraguai estava organizando um seminário sobre Educação e Transporte.

Colegio Experimental Brasil - Paraguay

Subimos umas escadas que davam acesso a outras salas. Ali encontramos com um jovem que afirmou desconhecer o evento mencionado acima. Avistamos um segurança que nos orientou a seguir rumo a uma escadinha que nos dirigia a extensão do campus, na rua logo abaixo.

Lá, um grupo pousava para fotos. E também o lugar que comprovamos ser a Universidade Nacional de Filosofia, não a Católica. A diferença entre ambas é que a primeira era pública e a segunda, nacional.


Tentamos obter o endereço do local que fizemos o favor de não levar a ligação pro Brasil ficaria cara demais; então, interrompemos a seção fotográfica dos prováveis estudantes de Filosofia para nos decepcionar. Não era ali a bendita faculdade. De repente, uma brasileira notando nossa nacionalidade apontou na prosa. Poupamos o espanhol.

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