domingo, 12 de junho de 2011

O casal e o GPS

Embora o GPS 2D conectado e preso ao parabrisa do Astra hatch elegance pular sobre os olhos de Rafael, a culpa foi de Elisa, por cruzarem a primeira rua à direita, ao invés da segunda.

Mesmo sem conduzir o volante, foi Elisa quem levou a bronca, após o veículo adentrar o Túnel Marx Feffer e não a Avenida Faria Lima, onde se encaminhariam ao Shopping Eldorado. “Muito ajuda quem não atrapalha!”, resmungou Rafael à namorada.

Elisa administrava sua paciência, desviando a atenção para o seu blackberry. “Bem que você poderia me ajudar, né. Sabe que eu não sei andar direito aqui em São Paulo”, Rafael prosseguiu o monólogo: “Desse jeito, a gente anda a pé, ou eu não venho mais para esses muros de concreto”. Após dezenas de blá, blá, blá,

Elisa não se conteve, e desprendendo o GPS do vidro, descarregou sua raiva no namorado: “Volta então pro meio do mato, lá em Bebedouro! Então para que você comprou essa porcaria de GPS, se não sabe se localizar por ele?! Eu não vou falar para você se temos que virar nessa rua, ou naquela outra.”

O passeio ao shopping, com garantia à pipoca e coca-cola durante a comédia romântica “Como você sabe”, no Cinemarx, parecia ter sido vencido pelo antagonista “Global Positioning System”, temidamente conhecido por Rafael como GPS. “É só prestar atenção direito. Principalmente quando ele fala ‘vire à direita nos próximos 200 metros’. Você é um cabeça de bagre!”, brincou Elisa. “Pensando bem, a voz dessa chata do GPS já tava me enjoando, por isso que fiquei mais irritado ainda. ‘Recalculando a rota o escambau’. Ninguém merece*** essa frase irritante. Sei que muitas vezes, ela tarda, mas não falha, amor, mas é melhor desligá-la e voltarmos pro hotel. Vamos nós mesmos ‘recalcular a rota que você sabe muito bem qual é’”.

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